sábado, 3 de dezembro de 2011

A ordem e o matrimônio

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
A ORDEM E O MATRIMÔNIO
A ordem
A Ordem e o Matrimônio são os sacramentos a serviço da comunhão e da missão, eles contribuem em particular para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros.
O sacramento da Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos seus Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até o final dos tempos. "Somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são os seus ministros" (Santo Tomás de Aquino).
O sacramento da Ordem é composto de três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconato. A Ordenação episcopal confere a plenitude do sacramento da Ordem, faz do bispo o legítimo sucessor dos Apóstolos, ao bispo é confiada a igreja particular. A ordenação presbiteral torna capaz de agir no Nome de Cristo Cabeça, sendo cooperador da Ordem episcopal, consagrado para pregar o Evangelho, para celebrar, sobretudo a Eucaristia.
Na ordenação diaconal, o diácono é ordenado para o serviço da Igreja, que ele exerce sob a autoridade do bispo, a respeito do ministério da Palavra, do culto divino, da orientação pastoral e da caridade. Sendo o diaconato transitório, isto é exercido por um curto período até a ordenação presbiteral, no diaconato permanente isto deve ser exercido por toda a sua vida.
O sacramento da Ordem é conferido mediante a imposição das mãos sobre a cabeça do ordenando por parte do bispo, que pronuncia a solene oração consagradora. Pode receber este sacramento e apenas o batizado de sexo masculino. Atualmente religiões distintas da católica e que se dizem modernas, conferem ministérios a mulheres, tendo presbíteras e bispas, mas isto sequer se assemelha ao sacramento da ordem, pois para que ele seja realizado e necessário a sucessão apostólica, a imposição das mãos de um sucessor dos apóstolos.
Para o episcopado é sempre exigido o celibato. Para o presbiterado, na Igreja latina, ordinariamente escolhem-se homens crentes, que vivem como celibatários e que têm intenção de manter-se no celibato "pelo reino dos céus".
Os seminaristas devem receber uma boa formação quanto ao estado do celibato, pois se unem a Deus com um amor indiviso, renunciando a vida conjugal por causa do reino dos céus. Estas vocações devem ser preparadas para que saibam integrar essa renuncia ao matrimonio, tendo assim maior domínio de seu corpo e alma.
O verdadeiro chamado de Deus para o sacerdócio requer que se renuncie a uma família para que se possa abraçar uma multidão. “quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do senhor, de como agradar ao senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar a sua esposa” (I Cor. 7, 32-33).
“Todos os ministros ordenados da Igreja latina, com exceção dos diáconos permanentes, normalmente são escolhidos entre os homens fieis que vivem como celibatários e querem guardar o celibato.[...]Chamados a consagrar-se com indiviso coraçao ao senhor e a “cuidar das coisas do senhor”. Entregam-se inteiramente a Deus e aos homens”( CIC. 1579).

O Matrimônio
Deus criou o homem e a mulher e chamou-os ao matrimônio unindo-os numa só carne. O Matrimônio é indissolúvel, está dirigido à comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e educação dos filhos. "Maridos, amai as vossas mulheres como Cristo amou a Igreja" (Ef 5,25).
O Matrimônio não é uma obrigação para todos. Em particular Deus chama alguns homens e mulheres a seguir o Senhor, estes renunciam ao Matrimônio para se preocupar com as coisas do Senhor e procurar agradar-lhe.
Para tornar válido Matrimônio, deve haver consenso, consciente e livre, não determinado por violência ou constrangimentos. O sacramento do Matrimônio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo e por isso  o matrimônio deve ser algo assumido com responsabilidade pois o sacramento a ser realizado é indissolúvel. Atualmente em nossa sociedade o sacramento do matrimonio está desvalorizado, muitos casais passam a conviver juntos sem a realização deste sacramento.
Os pecados gravemente contrários ao sacramento do Matrimônio são: o adultério; a poligamia, visto que contradiz a igual dignidade entre o homem e a mulher, a unicidade e a exclusividade do amor conjugal; a rejeição da fecundidade, que priva a vida conjugal do dom dos filhos e o divórcio, que transgride a indissolubilidade deste sacramento.
A Igreja aceita a separação física dos esposos quando a coabitação deles se tornou, por motivos graves, impossível, mas estes não podem contrair novo matrimônio a menos que seu matrimônio seja nulo.
A Igreja não pode reconhecer como Matrimônio a união dos divorciados recasados civilmente. "Se alguém repudia sua mulher se casa com outra, é adúltero com respeito à primeira; e se a mulher repudia seu marido e se casa com outro, ela é adúltera" (Mc 10,11-12). Estes não podem receber a absolvição sacramental nem a comunhão eucarística, porem devem ser acolhidos nas comunidades e podem atuar com cargos na mesma, contribuindo com a evangelização, mas com suas limitações.
Mediante os casais de segunda união deve haver uma catequese que os coloque a par de sua situação e de que funções podem desempenhar apontando o porquê que estes não podem ser padrinhos de batismo, justificando que eles devem ser exemplo e não um contraexemplo para os “afilhados”.
 A família cristã é chamada também de Igreja doméstica porque a família manifesta e realiza a natureza de comunhão e familiar da Igreja como família de Deus. Cada membro, segundo o próprio papel, exerce o sacerdócio batismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça.
Devem-se valorizar assim as famílias e incentivar mais a sua união, pois muitas famílias vão se desestruturando pela falta de dialogo entre marido e esposa e entre pais e filhos, muitas vezes um momento de convivência familiar ou até de oração na família é substituído por momentos individuais diante do computador ou da televisão.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Celibato no Sacerdócio

No último dia 4 de agosto foi o
dia se São João Maria Vianney e por
isso falarei sobre o valor do celibato no
sacerdócio, buscando responder aos
questionamentos que me fazem.
A vocação para o sacerdócio
exige que exista também a vocação para
o celibato. Deus, em sua divina
sabedoria, quis que assim se fizesse. Por
ventura nosso bondoso Pai daria uma
vocação ao sacerdócio sem que a desse
também para o celibato? O verdadeiro
chamado de Deus para o sacerdócio
requer que renunciemos a uma família,
para que possamos abraçar uma
multidão.”Quisera ver-vos livres de
toda preocupação. O solteiro cuida
das coisas que são do Senhor, de
como agradar ao Senhor. O casado
preocupa-se com as coisas do mundo,
procurando agradar à sua esposa”(I
COR.7,32-33).
“Todos os ministros ordenados
da Igreja latina, com exceção dos
diáconos permanentes, normalmente são
escolhidos entre os homens fiéis que
vivem como celibatários e querem
guardar o celibato “por causa do Reino
dos Céus” (Mt 19,12). Chamados a
consagrar-se com indiviso coração ao
Senhor e a “cuidar das coisas do
Senhor”, entregam-se inteiramente a
Deus e aos homens” (Catecismo da
Igreja Católica, 1579).
Que grande dom! Vem de Deus
e se destina o Deus. Quem não tem
vocação para o celibato, logo também
não tem vocação para o sacerdócio; este
a tem para o matrimônio, ou para a
castidade, pois há outros meios [e
muitos!] de servir santamente a Deus.
O verdadeiro elo nupcial do
sacerdote é com a Igreja. Os sacerdotes
deixam de contrair vínculo matrimonial
com uma mulher para se tornarem o
próprio Cristo em cada Missa, em cada
confissão, em cada celebração onde se
faz presente.
Dizia-nos São João Maria
Vianney: “Quando um cristão avista
um padre deve pensar em Nosso
Senhor Jesus Cristo”. E ainda: “Se a
Igreja não tivesse o sacramento da
ordem, não teríamos entre nós Jesus
Cristo”, na eucaristia.
Peçamos que, por intercessão de São
João Maria Vianney e da Santíssima
Virgem Maria, possamos compreender
o precioso valor do celibato.
 
                                                                                                                                       Adrielson ripka
Publicado em:
Jornal ipiranga, setembro de 2010
Órgão oficial de divulgação da
Paróquia Nossa Senhora da
Conceição - Palmeira - Paraná
 

domingo, 21 de agosto de 2011

A CATEQUESE


A catequese
 Adrielson Ripka
A missão Pastoral da Catequese é iniciar crianças, adolescentes, jovens e adultos na fé cristã. Esta iniciação se dá, concretamente, através da formação cristã à luz dos Evangelhos, da celebração litúrgica e da vivência comunitária. A catequese:


[...] sendo orgânica e sistemática, não se reduz ao meramente circunstancial ou ocasional; sendo formação para a vida cristã, supera — incluindo-o — o mero ensino; e sendo essencial, visa àquilo que é « comum » para o cristão, sem entrar em questões disputadas, nem transformar-se em pesquisa teológica. Enfim, sendo iniciação, incorpora na comunidade que vive, celebra e testemunha a fé. Realiza, portanto, ao mesmo tempo, tarefas de iniciação, de educação e de instrução.  (DGC 68).




Realizamos encontros semanais de formação, onde são apresentados temas do nosso cotidiano, iluminados pela Palavra de Jesus que nos traz a vontade do Pai, na força do Espírito, onde buscamos do verdadeiro sentido da vida e mudanças de atitude em relação a Deus e a sociedade.

A Catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude da vida cristã (CIC 5).


“Na verdade. o crescimento interior da Igreja, sua correspondência ao desígnio de Deus, depende essencialmente da Catequese. Neste sentido, a Catequese deve ser considerada como momento prioritário na evangelização” (DGC 64). Como processo permanente de educação da fé, visa o crescimento e amadurecimento progressivo, formando o cristão, em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo e com os irmãos, mediante a adesão pessoal a Jesus Cristo e a aceitação do seu caminho de salvação.

A Palavra de Deus é o livro da Catequese por excelência, “transmitida na Tradição e na Escritura, porque a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constitui um só depósito inviolável da Palavra de Deus confiada à Igreja[...]. O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo (DV 10).

Quanto a finalidade da catequese o Catecismo da Igreja Católica afirma:

A finalidade definitiva da catequese é levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade[…]. Todo catequista deveria poder aplicar a si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: ‘Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou’ (Jo 7,16)”. (CIC, 426-427).


Em sua origem, o termo “CATEQUESE” diz respeito à proclamação da Palavra. O termo se liga a um verbo que significa “Fazer” – “Ecoar” (gr. Kat-ekhéo). Assim a catequese tem por objetivo último fazer escutar, ecoar e repercutir a Palavra de Deus. Desta forma, é missão da Igreja anunciar o Evangelho em todo o mundo, mas, em primeiro lugar, a Palavra de Deus deve ser anunciada aos seus próprios membros. É dentro da Igreja que se desenvolve a formação de seus membros, para que possam depois anunciar a todos a Palavra de Deus. Quando se fala em catequese, muitos pensam somente na catequese que se prepara as crianças à Primeira Eucaristia e Crisma, mas ela é permanente.
A catequese faz parte da ação evangelizadora da Igreja que envolve aqueles que aderem a Jesus Cristo. Catequese é o ensinamento essencial da fé, não apenas da doutrina como também da vida, levando a uma consciente e ativa participação do mistério litúrgico e irradiando uma ação apostólica. Segundo o Documento de Puebla (1979) e a afirmação dos Bispos do Brasil, a catequese é um processo de educação da fé em comunidade, é dinâmica, é sistemática e permanente.


sábado, 20 de agosto de 2011

Pontos do Catecismo


Catecismo da Igreja Católica, (parágrafos 946 aos 1050).
Adrielson Ripka
A COMUNHÃO DOS SANTOS
946 Confessando "a santa Igreja católica", o Símbolo dos Apóstolos acrescenta "a comunhão dos santos".  A comunhão dos santos é precisamente a Igreja.
947 Todos os crentes formam um só corpo do qual Cristo é a cabeça, o bem de uns é comunicado aos outros. Assim, o bem de Cristo é comunicado a todos os membros, e essa comunicação se faz por meio dos sacramentos da Igreja.
948 O termo "comunhão dos santos" tem dois significados interligados: "comunhão nas coisas santas" e "comunhão entre as pessoas santas”.
I. A COMUNHÃO DOS BENS ESPIRITUAIS
949 Os discípulos "mostravam-se assíduos ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações" (At 2,42). A comunhão na fé. A fé dos fiéis é a fé da Igreja, recebida dos Apóstolos.
950 A comunhão dos sacramentos, sobretudo o Batismo, que é a porta pela qual se entra na Igreja, são igualmente vínculos sagrados que os unem a todos e os incorporam a Jesus Cristo.
951 A comunhão dos carismas. Na comunhão da Igreja, o Espírito Santo distribui também entre os fiéis de todas as ordens as graças especiais para a edificação da Igreja.
952 "Punham tudo em comum" (At 4,32). Tudo o que o verdadeiro cristão possui, deve considerá-lo como um bem que lhe é comum com todos. O cristão é um administrador dos bens do Senhor.
953 A comunhão da caridade. Na "comunhão dos santos" "ninguém de nós vive e ninguém morre para si mesmo" (Rm 14,7). "Se um membro sofre, todos os membros compartilham seu sofrimento; O menor dos nossos atos praticado na caridade irradia em benefício de todos”. Todo pecado prejudica esta comunhão.
II. A COMUNHÃO ENTRE A IGREJA DO CÉU E A DA TERRA
954 Os três estados da Igreja. Pois todos quantos são de Cristo, tendo o seu Espírito, congregam-se em uma só Igreja e nele estão unidos entre si.
955 A união dos que estão na terra com os que descansam na paz de Cristo não se interrompe, segundo a fé perene da Igreja, vê-se fortalecida pela comunicação dos bens espirituais.
956 A intercessão dos santos. Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja.
PASSAREI MEU CÉU FAZENDO BEM NA TERRA.
957 A comunhão com os santos. Nós adoramos Cristo qual Filho de Deus. Quanto aos mártires, os amamos quais discípulos e imitadores do Senhor e, o que é justo, por causa de sua incomparável devoção por seu Rei e Mestre.
959 ... na única família de Deus. "Todos os que somos filhos de Deus e constituímos uma única família em Cristo, enquanto nos comunicamos uns com os outros em mútua caridade e num mesmo louvor à Santíssima Trindade, realizamos a vocação própria da Igreja."
PARÁGRAFO 6
MARIA - MÃE DE CRISTO, MÃE DA IGREJA
963 A Virgem Maria é reconhecida e honrada como a verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Ela é também verdadeiramente 'Mãe dos membros [de Cristo] (...), porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça. (...) Maria, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja.
I. A MATERNIDADE DE MARIA COM RELAÇÃO À IGREJA
TOTALMENTE UNIDA A SEU FILHO...
964 O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo, decorrendo dessa união, manifesta-se desde a hora da concepção virginal de Cristo até sua morte. Ela é particularmente manifestada na hora da paixão de Jesus: "Mulher, eis aí teu filho" (Jo 19,26-27).
965 Após a ascensão de seu Filho, Maria "assistiu com suas orações a Igreja nascente”. Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, "vemos Maria pedindo, também ela, com suas orações, o dom do Espírito, o qual, na Anunciação, a tinha coberto com sua sombra".
...TAMBÉM EM SUA ASSUNÇÃO...
966 A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros.

... ELA E NOSSA MÃE NA ORDEM DA GRAÇA
967 Por sua adesão total à vontade do Pai, à obra redentora de seu Filho, a cada moção do Espírito Santo, a Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. Com isso, ela é "membro supereminente e absolutamente único da Igreja",
968 Mas seu papel em relação à Igreja e a toda a humanidade vai ainda mais longe. "De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça."
969 Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a a bem aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora. protetora, medianeira.
970 A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário fortalece.
II- O CULTO DA SANTÍSSIMA VIRGEM
971 "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lc 1,48): a bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de 'Mãe de Deus', sob cuja proteção os fiéis se refugiam. Este culto embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta ao Verbo encanado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas o favorece poderosamente.
III. MARIA - ÍCONE ESCATOLÓGICO DA IGREJA
972 Assim como no céu, onde já está glorificada em corpo e alma, a Mãe de Deus representa e inaugura a Igreja em sua consumação no século futuro, da mesma forma nesta terra, enquanto aguardamos a vinda do Dia do Senhor, ela brilha como sinal da esperança segura e consolação para o Povo de Deus em peregrinação.
ARTIGO 10: "CREIO NO PERDÃO DOS PECADOS"
976 O Símbolo dos Apóstolos correlaciona a fé no perdão dos pecados com a fé no Espírito Santo, mas também com a fé na Igreja e na comunhão dos santos. Foi dando o Espírito Santo a seus apóstolos que Cristo ressuscitado lhes conferiu seu próprio poder divino de perdoar os pecados.
I. UM SÓ BATISMO PARA O PERDÃO DOS PECADOS
977 Nosso Senhor ligou o perdão dos pecados à fé e ao Batismo: "Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado será salvo" (Mc 16,15.16). O Batismo é o primeiro e principal sacramento do perdão dos pecados.
978 "No momento em que fazemos nossa primeira profissão de fé, recebendo o santo Batismo que nos purifica, o perdão que recebemos é tão completo que não nos resta absolutamente nada a apagar, seja do pecado original, seja dos pecados cometidos por nossa própria vontade, nem nenhuma pena a sofrer para expiá-los. (...) Contudo, a graça do Batismo não livra ninguém de todas as fraquezas da natureza.
979 "Se, portanto, era necessário que a Igreja tivesse o poder de perdoar os pecados, também era preciso que o Batismo não fosse para ela o único meio de servir-se dessas chaves do Reino dos Céus; era preciso que ela fosse capaz de perdoar as faltas a todos os penitentes.
980 É pelo sacramento da Penitência que o batizado pode ser reconciliado com Deus e com a Igreja.
II. O PODER DAS CHAVES
981 Depois de sua Ressurreição, Cristo enviou seus Apóstolos para "anunciar a todas as nações o arrependimento em seu Nome, em vista da remissão dos pecados" (Lc 24,47). A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo É nesta Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pecados, a fim de viver com Cristo, cuja graça nos salvou.
982 Não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar.
983 Os presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. Deus sanciona lá no alto tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo.
Se na Igreja não existisse a remissão dos pecados, não existiria nenhuma esperança, nenhuma perspectiva de uma vida eterna e de uma libertação eterna. Demos graças a Deus, que deu à Igreja tal dom.
"ARTIGO 11
"CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE"
988 O Credo cristão culmina na proclamação da ressurreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna.
989 Cremos firmemente - e assim esperamos - que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos assim também, depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado.
990 O termo "carne" designa o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A "ressurreição da carne" significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos "corpos mortais" (Rm 8,11) readquirirão vida.
991 Crer na ressurreição dos mortos foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã.
I. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A NOSSA REVELAÇÃO PROGRESSIVA DA RESSURREIÇÃO
992 A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus a seu povo. O criador do céu e da terra é também aquele que mantém fielmente sua aliança com Abraão e sua descendência.
993 Os fariseus e muitos outros contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus a ensina com firmeza.
994 Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: "Eu sou a ressurreição e a vida", no último dia, há de ressuscitar os que nele tiveram crido e que tiverem
comido seu corpo e bebido seu sangue.
995 Ser testemunha de Cristo é ser "testemunha de sua ressurreição" (At 1,22), "ter comido e bebido com Ele após sua ressurreição dentre os mortos" (At 10,41).
996 Desde o início, a fé cristã na ressurreição deparou com incompreensões e oposições. "Em nenhum ponto a fé cristã depara com mais contradição do que em torno da ressurreição da carne."
Aceita-se muito comumente que depois da morte a vida da pessoa humana prossiga de um modo espiritual.
DE QUE MANEIRA OS MORTOS RESSUSCITAM?
997  Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai
na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado.
998 Ressuscitará todos os homens que morreram: "Os que tiverem feito o bem (sairão) para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5,29).
999 Cristo ressuscitou com seu próprio corpo: "Vede as minhas mãos e os meus
pés: sou eu!" (Lc 24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele" ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora"; porém, este corpo será "transfigurado em corpo de glória", em "corpo
espiritual" (1Cor 15, 44).
1000 Nossa participação na Eucaristia, no entanto, já nos dá um antegozo da transfiguração de nosso corpo por Cristo.
1001 Quando? Definitivamente "no último dia" (Jo 6,39-40.44-54); "no fim do mundo". Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo.
RESSUSCITADOS EM CRISTO
1002 Se é verdade que Cristo nos ressuscitará “no último dia”, também que, de certo modo, já ressuscitamos com Cristo. Pois, graças ao Espírito Santo, a vida cristã é, já agora na terra, uma participação na morte e na ressurreição de Cristo.
1003 Unidos a Cristo pelo Batismo, os crentes já participam realmente na vida celeste de Cristo.
1004 Enquanto aguardam esse dia, o corpo e a alma do crente participam desde já da dignidade de ser "de Cristo"; daí a exigência do respeito para com seu próprio corpo.
II. MORRER EM CRISTO JESUS
1005 Para ressuscitar com Cristo é preciso morrer com Cristo, é preciso "deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor" (2 Cor 5,8). Nesta "partida" que é a morte, a alma é separada do corpo e será reunida a seu corpo no dia da ressurreição dos mortos.
A MORTE
1006 A morte corporal é natural; mas para a fé ela é na realidade "salário do pecado" (Rm 6,23). E, para os que morrem na graça de Cristo, é uma participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua Ressurreição.
1007 A morte é o termino da vida terrestre. Nossas vidas são medidas pelo tempo, ao longo do qual
passamos por mudanças, envelhecemos e, como acontece com todos os seres vivos da terra, a morte aparece como o fim normal da vida.
1008 A morte é conseqüência do pecado, o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer.
1009 A morte é transformada por Cristo. Jesus sofreu também a morte, própria
da condição humana. Assumiu-a em um ato de submissão totale livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção.
O SENTIDO DA MORTE CRISTÃ
1010 Graças a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo. “Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro”, pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente "morto com Cristo", para Viver de uma vida nova.
1011 Na morte, Deus chama o homem a si. É por isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de São Paulo: "O meu desejo é partir e ir estar com Cristo" (Fl 1,23).
1012 A visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja: Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível.
1013 A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem,"Os homens devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Não existe "reencarnação" depois da morte.
1014 A Igreja nos encoraja à preparação da hora de nossa morte.

CAPITULO III - ARTIGO 12 : "CREIO NA VIDA ETERNA"
1020 O cristão, que une sua própria morte à de Jesus, vê a morte como um caminhar ao seumencontro e uma entrada na Vida Eterna.
I. O JUÍZO PARTICULAR
1021 A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo. O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada um em função de suas obras e de sua fé.
1022 Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato.
II. O CÉU
1023 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo.
1024 A perfeita com a Santíssima Trindade, essa comunhão de vida e de amor com ela, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados, é denominada "o Céu". O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva.
1025 Viver no Céu é "viver com Cristo". Os eleitos vivem "nele", mas lá conservam - ou melhor, lá encontram – sua verdadeira identidade, seu próprio nome.
1026 Por sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo nos "abriu" o Céu. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo.
1027 Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação.
1028 Em razão de sua transcendência, Deus só poder ser visto tal como é quando Ele mesmo abrir seu mistério à contemplação direta do homem e o capacitar para tanto.
1029 Na glória do Céu, os bem-aventurados continuam a cumprir com alegria a vontade de Deus em relação aos outros homens e à criação inteira. Já reinam com Cristo; com Ele “reinarão pelos séculos dos séculos" (Ap 22,5).
III. A PURIFICAÇÃO FINAL OU PURGATÓRIO
1030 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.
1031 A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados.
1032 Este ensinamento apóia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já amSagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46).
A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
IV. O INFERNO
1033 Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. “Aquele que não ama permanece na morte”.
Morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre.
1034 Jesus fala muitas vezes da "Geena", do "fogo que não se apaga", reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter -se.
1035 O ensinamento da Igreja afirma a existência e a eternidade do inferno. As almas dos que
morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente após a morte aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, "o fogo eterno". A pena principal do Inferno consiste na separação eterna de Deus.
1036 As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno.
1037 Deus não predestina ninguém para o Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim.
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V. O JUÍZO FINAL
1038 A ressurreição de todos os mortos, antecederá o Juízo Final. Este será "a hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento".
1039 O Juízo Final há de revelar até as últimas consequências o que um tiver feito de bem ou deixado de fazer durante sua vida terrestre.
1040 O Juízo Final acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo. Conheceremos então o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação.
1041 A mensagem do Juízo Final é apelo à conversão enquanto Deus ainda dá aos homens "o tempo favorável, o tempo da salvação" (2Cor 6,2). O Juízo Final inspira o santo temor de Deus.
VI. A ESPERANÇA DOS CÉUS NOVOS E DA TERRA NOVA
1042 No fim dos tempos, o Reino de Deus chegar à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado Então a Igreja será "consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas, e com o gênero humano também o mundo todo, que está intimamente ligado ao homem e por meio dele atinge sua finalidade, encontrará sua restauração definitiva em Cristo"
1043 Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura a chama de "céus novos e terra nova" (2Pd [3,13). Ser a realização definitiva do projeto de Deus de "reunir, sob um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra" (Ef 1,10).
1044 Neste "universo novo", a Jerusalém celeste, Deus terá sua morada entre os homens.
1045 Para o homem, esta consumação será a realização última da unidade do gênero humano, querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrinante era "como o sacramento". Os que
estiverem unidos a Cristo formarão a comunidade dos remidos, a cidade santa de Deus (Ap 21,2).
1046 Quanto ao cosmos, a Revelação afirma a profunda comunidade de destino do mundo material e do homem: Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus.
1047 Também o universo visível está, portanto, destinado a ser transformado participando de sua glorificação em Cristo ressuscitado.
104 Ignoramos o tempo da consumação da terra e da humanidade e desconhecemos a maneira de transformação do universo.
1049 “Contudo, a expectativa de uma terra nova, longe de atenuar, deve impulsionar em vós a solicitude pelo aprimoramento desta terra”. Nela cresce o corpo da nova família humana que já pode apresentar algum esboço do novo século.
1050 A vida, em sua própria realidade e verdade, é o Pai que, pelo Filho e no Espírito Santo, derrama sobre todos, sem exceção, dons celestes. Graças à sua misericórdia também nós, os homens, recebemos a promessa indefectível da Vida Eterna.